terça-feira, 6 de julho de 2010

A Porta está Aberta?

Ele ia andando pelo caminho
E de cansado se sentou...
Tinha saído de casa a muito tempo...
Os seus pais lhe batiam
Especialmente o seu pai, que bebia
e não tinha paciência com suas meninices...
A escola já havia ficado para trás...
Quando foi mesmo a última vez que sentou num banco de escola?
Que teve um professor? Uma professora? Colegas de turma?
Desde os doze anos, a sua escola era a rua...
Sentia-se abandonado, desprezado, margnalizado...
Aprendera a se esquivar da indiferença
Tornara-se indiferente, criara uma casca grossa
Nessária para viver aquela realidade...
Pensou que não teria solução
Que a vida era difícil
E que não lhe traria oportunidades
Vivia sem emprego
Na periferia de uma grande cidade
Sem opções de lazer e cultura
No seu bairro não tinha campo de futebol,
Não tinha parque, brinquedos, bibliotecas,
Muito menos museo, cinema, teatro...
Essas coisas que ele só tinha ouvido falar
Mas nunca conhecera de perto...
Levantou, andou mais um pouco
Estava com fome.
Parou diante de um portão...
Seria mais uma casa,
onde os moradores viviam confortavelmente...
Pensou em pedir um copo d´água.
Pensariam que ele era um bandido
E nem sequer lhe atenderiam.
mas a fome e a sede eram grandes
Eram maiores do que ele...
Viu a porta fechada.
Não escutou nenhum barulho.
Estaria vazia? estariam dormindo?
Pensou em bater na porta?
Iria incomodar?
Bateu. Toc, toc, toc!
Nada.
Esperou um pouco e tentou de novo.
Tum, tum, tum!
Nada.Pensou em abrir a porta... quem sabe estaria aberta?
Poderia entrar?
Pensariam ser ele um marginal, querendo roubar... não era essa a sua intensão...
Já não tinha forças para andar ou ir a nehum lugar.
Sentou ali mesmo e ficou.
Passou a noite. Sentiu frio, mas ao menos dormiu e sonhou...
Acordou assustado!
De repente chega alguém na rua, do lado de fora...
- "Olá, voce está procurando alguém, precisa de alguma coisa?"
- "Estou com fome e sede. Gostaria de um copo de água e algo para comer".
- "Claro, entre! A porta está aberta!"

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